domingo, 16 de março de 2008

Terapia Familiar

Dado que alguns terapeutas familiares vêem apenas casais, outros, famílias múltiplas, e outros ainda atendem a uma rede social inteira, é imperativo que tenhamos pelo menos alguma definição operativa de terapia familiar.Numa excelente passada em revista da terapia conjugal e de família, David Olson sugere que qualquer intervenção que enfoque mais o sistema familiar que as pessoas que o compõem merece a denominação de terapia familiar.A terapia familiar centra-se no sistema familiar e nas mudanças que podem ser efetuadas nesse sistema. O paciente, poder-se-ia dizer, é a família e a interação desta, sendo o membro individual mais um sintoma de um sistema enfermo. Esta maneira de pensar é revolucionária para muitas pessoas e suas conseqüências práticas são grandes.Vemos então, que na terapia familiar, uma nova gestalt se forma, com a família em primeiro plano e o membro individual dela em plano secundário, invertendo o modo mais tradicional de perceber-se a pessoa individual como enferma e de primeiro interesse e a família apenas como pano de fundo. Esta nova representação conduz a maneiras novas de fazer-se terapia.Dentro desta definição de terapia familiar, existem quatro abordagens distinguíveis: a terapia familiar conjunta, a terapia de impacto múltiplo, a terapia de rede ou entrelaçamento e a terapia familiar múltipla. As diferenças entre estas abordagens pertencem mais ao domínio da prática que da teoria e não constituem escolas diferentes de terapia familiar. Todas aceitam a noção básica de que o locus da patologia não é a pessoa individual, mas o sistema, ainda que o conceito deste possa significar a família nuclear para alguns e um entrelaçamento social muito mais amplo, para outros. Como se observou, a terapia familiar enfoca não o tipo de intervenção que é feita, mas o locus da patologia. Daí, qualquer abordagem em que o terapeuta encare a patologia como residindo no sistema ou na interação pode ser denominada de terapia familiar. Isto é verdade mesmo que, em determinada sessão, veja-se apenas o par conjugal ou, possivelmente, apenas um só membro da família. Não é o número de membros presentes que torna familiar uma terapia, mas a concepção que desta faz o terapeuta.Fonte:FOLEY, Vincent D. Introdução à Terapia Familiar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

Nenhum comentário: